O Algoritmo Não Vê o Coração

O Algoritmo Não Vê o Coração
Vi os qualificadores da Copa do Mundo em tempo real — não por uma transmissão sanitizada, mas nas ruas de Barranquillo. As equipes sul-americanas não ‘performaram’. Elas resistiram. Seus torcedores não ‘apoiaram’ — sustentaram o ritual. Cada grito era um batimento sincronizado com tambores ancestrais, não métricas.
Dados Com Alma
Minha mãe ensinou-me que estatísticas sem espírito são apenas ruído. Meu pai mostrou-me que precisão sem paixão é tirania. O algoritmo vê tiros por segundo — sim — mas não calcula por que uma criança em Bogotá chora quando seu time marca. Por que um jornalista alemão agradece? Porque eles ainda acreditam em algo mais profundo que eficiência.
O Ritual Incomensurável
A análise da NBA treinou-me a rastrear movimento. Mas os ritmos da cumbia não aparecem em heatmaps. O brado de 80 mil torcedores em Maracaná não se traduz em taxas de engajamento. Eles não são ‘torcedores’. São guardiões da memória cultural — e nenhum modelo de IA foi treinado para reconhecê-los.
Quem Realmente Vence?
Pensa que algoritmos vencem por serem mais rápidos? Não. Eles são mais altos — mas nunca mais profundos. A América do Sul não otimiza para cliques; ela sustenta para significado. A próxima Copa do Mundo não será decidida por modelos preditivos — será decidida por quem ainda lembra o que significa estar junto sob um céu de meia-noite, ouvindo Coltrane enquanto lê Foucault.
Você Nunca Devia Perguntar Isso
Mas você fez — e agora nunca o superará.


